terça-feira, 3 de julho de 2012

Sem perito, corpo fica largado em uma estrada por mais de doze horas


As deficiências do Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) de Mossoró vieram à tona ontem, mais uma vez. Uma pessoa foi assassinada ontem e o corpo ficou à espera do órgão por mais de 12 horas. Sem perito para fazer o trabalho de local de crime, um profissional que trabalha na capital do Rio Grande do Norte foi acionado para solucionar o caso. Situação semelhante deverá ocorrer outras vezes neste mês de julho, visto que ainda há inúmeros plantões sem nenhum perito.
O corpo de Antonio Leandro Ferreira da Silva, que tinha 19 anos, foi encontrado ontem por volta das 6h. Equipes da Polícia Militar foram enviadas ao local para fazer o isolamento e aguardar a chegada da equipe do Itep. Até o encerramento desta matéria (18h30), os militares continuavam no local, à espera da perícia. Segundo Valentim Marinho, diretor da unidade em Mossoró, um profissional de Natal foi acionado para resolver o problema emergencialmente. Saiu da capital por volta das 16h. A previsão dele era que o corpo seria removido por volta 20h, após perícia no local do crime.
Procurado pela reportagem para explicar o pro-blema, Valentim mostrou-se temeroso. Confirmou apenas que havia vários plantões descobertos para este mês e disse que o problema foi motivado por mudanças feitas na escala de plantão dos peritos. A unidade tem apenas quatro profissionais, que haviam bolado uma maneira de tirar plantões seguidos. A direção não aceitou e mudou. Com isso, vários plantões (de 24 horas) ficarão descobertos ao longo do mês. Valentim disse ainda que o Governo do Estado e a direção-geral do Itep do RN foram comunicados e buscam solução para a questão.

DEFICIÊNCIA
No mês passado, problema semelhante veio a público, quando o Itep ficou oito dias sem médico-legista, que é responsável pela liberação dos corpos que dão entrada no órgão. Até junho, havia apenas uma brecha por mês na escala de plantão. Um dos médicos saiu de férias e a situação se agravou, aumentando para oito.

PREJUÍZO
O comandante do XII Batalhão de Polícia Militar de Mossoró, tenente-coronel Francisco Alvibá, reclamou do problema, alegando prejuízos para a população. Durante mais de 12 horas, policiais tiveram de ficar no local do crime. “Nosso policiamento já é bastante reduzido e uma viatura de serviço parada há mais de 10 horas”, reclamou, através de uma rede social na internet.





jornal de fato.

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